segunda-feira, 29 de junho de 2009

Katy Perry em Portugal




Bem, ontem realizou-se o 1º concerto da Katy Perry em Portugal!

Como não fui, não vos posso mostrar fotos, videos nem pormenores do concerto.

Mas deixo-vos aqui o texto + fotos da Blitz.

Texto (autoria da Blitz):

"Cantora norte-americana provou em Lisboa que não é só mais uma cara bonita com a mania que é estrela pop. Diversão a rodos na praça de touros.

"Hello Katy" chegou a Lisboa e arrasou. O nome da digressão (que pouco terá de ingénuo) conseguiu atrair ao Campo Pequeno um verdadeiro batalhão de adolescentes, pré-adolescentes e até algumas crianças, devidamente acompanhadas pelos pais e "hot mamas" que, com certeza, se terão divertido tão ou mais que os filhos.

Hora e meia antes do início do espectáculo já as filas para a entrada estavam repletas de raparigas (o público feminino em maioria óbvia) bem apetrechadas de mochilas e roupa colorida. O entusiasmo era evidente.

Quando o português Gomo subiu ao palco a gritaria era ensurdecedora e o alinhamento puramente pop foi a abertura perfeita para o concerto da norte-americana, com "Feeling Alive" e os temas do novíssimo Nosy a brilharem. O artista foi o anfitrião ideal, dando algumas informações de bastidores sobre Katy Perry, às quais o público reagiu esfusiantemente.

Pouco após a hora marcada - e depois de o palco estar devidamente preparado com um gato gigante, três flamingos, uma cerca branca, uma caixa de correio e dois morangos insufláveis - a protagonista da noite entrou em cena descalça e com trajes diminutos - a condizerem com uma jovialidade saudável.

"Fingerprints" marcou a entrada da cantora e logo deu para perceber que o cenário pop da música de One of the Boys se transforma numa festa semi-rock em palco. A banda totalmente masculina, vestida de branco e rosa, foi um apoio competente. Perry, que percorreu incansavelmente o palco de um lado ao outro, não precisa de grandes artifícios (a Britney Spears não faria grande mal ter umas aulinhas com esta senhora) e rapidamente conquistou um público bem preparado para a receber.

Para surpresa de alguns presentes, ela tocou guitarra - de verdade, o que nos traz novamente Spears à memória, mais o seu piano que tocou sozinho no concerto do Rock in Rio há uns anos - e chegou mesmo a arriscar-se completamente sozinha em "Thinking of You", um dos singles de One of the Boys .

Depois de confessar que nunca tinha tocado para tanta gente - mentira ou não, os mais pequenos terão delirado com a ideia - e de perguntar se o público tinha ido em peso por saber que era metade portuguesa, Perry resolveu chamar até si um elemento do público que lhe acenava um cartaz a dizer "Leva-me para o palco". Diogo, o jovem, foi intimado a saltar "como se fosses morrer se parasses" durante o ponto mais alto da noite: "Hot N' Cold" conseguiu suplantar até "I Kissed a Girl", o momento por que muitos esperariam e que só apareceu, sabiamente, no final. No fim de "Hot N' Cold", alvo de coro gigantesco, Diogo saiu triunfante de palco, com duas beijocas da menina e uma guitarra meio partida (Katy resolveu parti-la e saltar em cima dela, qual estrela de rock endiabrada).

Antes de atacar "Mannequin", Perry pergunta ao público feminino se os homens portugueses beijam bem, queixando-se que os americanos não. A resposta, positiva, leva-a a dizer que devia devolver todos os seus namorados "de volta à fábrica". O que se seguiu foi uma encenação que maravilhou a audiência - em palco, um carteiro deu o mote a "Please Mr. Postman", clássico dos anos 60 que conquistou os Beatles e os Carpenters. Não havia carta do namorado para Miss Perry, apenas uma... Banana.

Com apenas um álbum em carteira, Perry não teve problemas em recorrer a versões divertidas. Depois de "Please Mr. Postman", a artista avançou apenas uns anos para cantar "Build Me Up Buttercup", dos Foundations.

De volta a One of the Boys , Katy avança com "Ur So Gay", canção dedicada a um namorado que usa mais maquilhagem que ela própria, e a resposta é massiva, apesar de o tema resultar mais fraco na versão live. No final, dirige-se a um dos seguranças do fosso frente ao palco para perguntar algo como "how do you say penis in portuguese?"... O homem, algo surpreso, lá lhe responde, entre sorrisos.

"Waking Up in Vegas", o mais recente single, voltou a recolher um coro bem afinado por parte do público, previamente convidado pela cantora a ir à Califórnia e a ficar em sua casa... Promessa complementada com uma viagem a Las Vegas para momentos de pura diversão. Chegou então o momento dedicado às "hot mamas" da plateia: "São fãs dos anos 80?" pergunta, antes de servir a sua versão de "Your Love" dos Outfield (incluída no EP Ur So Gay ). O resultado: ver o público das bancadas em pé novamente, depois de o mesmo ter acontecido em "Hot N' Cold".

Com o espectáculo a terminar, a cantora pergunta ao público se este se tinha divertido. Com a resposta a satisfazê-la, pega num dos morangos insufláveis e depois de dar início à última canção do alinhamento principal do concerto - "If You Can Afford Me" - arremessa-o para o meio da plateia, fazendo o mesmo com o outro (desaparecem os dois num ápice, como que engolidos pela multidão ávida de recordações). Depois de agradecer, Katy Perry sai de palco a correr.

O encore é precedido pela entrada em palco de um gato mecânico gigante, de olhos brilhantes azuis, a miar desalmadamente. Antes ainda de colocar um ponto final nas ânsias de muitos dos presentes e apresentar finalmente "I Kissed a Girl", Katy regressa ao palco vestida de gata e arranca uma surpreendente versão de "Don't Stop Me Now", dos britânicos Queen.

Apesar de algo desapontante ao vivo, "I Kissed a Girl" tem direito a vários pontos positivos. A encenação leva a cantora finalmente ao fosso, perguntando a uma menina, que pela voz não teria mais de 15 anos, qual o seu nome e se se tinha lembrado de levar o "cherry chapstick" (parte da letra da canção). Mariana, também conhecida como Cookie, diz não saber onde o guardou, o que não desarma Katy Perry, que pega num batom insuflável gigante e o aproxima do público. "Agora é a altura perfeita para porem o batom de cereja" faz rebentar finalmente "I Kissed a Girl", o hino lésbico das meninas heterossexuais mal comportadas. No final, sentada nos ombros de dois seguranças, Perry atira-se de mergulho para meio do público, arrancando um ou mais beijos a alguma sortuda. De volta ao palco, coloca um ponto final no concerto, saindo triunfante com uma bandeira brasileira às costas.

Não sendo uma cantora fabulosa, mas também não tendo uma voz que a envergonhe, Katy Perry mostrou esta noite que poderá ser mais que apenas um "one hit wonder" e que tem a lição bem estudada. A humildade, a proximidade física e emocional com o público, a entrega e a falta de medo do ridículo são os vários pontos a favor. Perry sabe exactamente o público ao qual se dirige e consegue divertir-se ao mesmo tempo. Que mal tem afinal o sonho pop?
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Fotos:















bjx

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